O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de início pelo Nordeste ao que chamou de “abril vermelho”. Nos últimos dias, por exemplo, fazendas foram invadidas em Pernambuco e na Bahia. Diante dessa série de invasões, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), cobrou por medidas efetivas por parte do Governo Federal.
“E é óbvio que cabe ao governo conseguir contê-los e mostrar que, em pleno 2023, é inaceitável nós termos ondas de invasão de terra“, disse Lupion ao conceder entrevista ao Canal Rural. Ao participar da edição desta quarta-feira (5) do telejornal ‘Mercado & Companhia’, o congressista reforçou o entendimento de que as ações de grupos como o MST são apenas de cunho político. “Um movimento organizado e que não preza por reforma agrária”, afirmou ao conversar com a jornalista e apresentadora Pryscilla Paiva.
“Invasão de propriedade privada produtiva é crime” — Pedro Lupion
Lupion também reforçou que não há lei que valide o ato de invadir terras. “A Constituição é muito clara quanto ao direito à propriedade. E invasão de propriedade privada produtiva é crime”, enfatizou o presidente da FPA, colegiado que agrega mais de 300 parlamentares, entre deputados federais e senadores. Nesse sentido, afirmou que o Legislativo tem atuado contra isso, propondo leis que visem punições contra quem invade. Uma proposta é, por exemplo, retirar de qualquer programa social quem for pego invadindo terra.
Ao participar da entrevista de Pedro Lupion ao Canal Rural, o comentarista Miguel Daoud apontou que invadir propriedades rurais afeta diretamente quem produz alimentos para o Brasil e o mundo. “Se permitir isso, você coloca uma espada na cabeça do produtor, que vai ficar receoso em investir“, disse o analista que não poupou palavras para classificar o MST: “Para mim é uma organização criminosa!”
E a CPI do MST?
O presidente da FPA aproveitou para explicar que a bancada do agro na Câmara dos Deputados fez a parte dela ao colher as assinaturas necessárias para protocolar requerimento de abertura de comissão parlamentar de inquérito que já está sendo chamada de CPI do MST. Conforme avisou, agora, a instalação só depende do aval do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
“O presidente Arthur Lira tem mais de 10 pedidos de CPI. E ele vai tomar essa decisão”, declarou Lupion em tom otimista sobre o futuro da CPI do MST. De acordo com ele, isso tende a ocorrer ainda este mês. Mas somente após Lira voltar com a comitiva que acompanhará o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em viagem oficial à China.
“A gente quer saber quem está bancando a conta [do MST]” — Pedro Lupion
Por fim, Lupion voltou a publicamente defender a necessidade de se instalar uma comissão para investigar como — e por quais razões — o MST age. “A gente quer saber quem está bancando a conta. Quem ordenou? De onde está vindo a coordenação?”, questionou o presidente da FPA sobre a onda de invasões que ganhou força desde o início deste ano. “A gente não pode aceitar isso pacificamente e nem passivamente. Nós precisamos reagir”, concluiu.
*Com informações: Canal Rural