O deputado estadual Rozenha (PMB) defendeu a implantação do “bioempreendedorismo” no Amazonas. O parlamentar explicou que o termo, apesar de novo, é o caminho para levar mecanismos de geração de emprego e renda e ainda formar empreendedores nos municípios mais distantes do estado.
“Nós precisamos pensar fora da caixinha. Precisamos de um polo de biocosméticos que possa ter dois elos da produção: em Parintins e em Amaturá, por exemplo. Nós precisamos de um polo de farma que possa ter pelo menos o primeiro elo da produção lá em Tapauá. Nós precisamos colocar o homem da floresta nesse contexto”, afirmou o parlamentar.
O deputado ressaltou que o Amazonas tem a sexta economia do país. Porém a população interiorana ainda está mergulhada na mais profunda miséria. Segundo ele, isso ocorre devido à Zona Franca de Manaus concentrar toda a produção na capital. “Isso se dá por vários motivos: pelo regime tributário, pela geografia distante, pela logística distante e, principalmente, pela alta complexidade tecnológica do polo industrial”, disse Rozenha.
Para o parlamentar, a saída está em investimentos nos projetos do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA). “Na minha opinião, é uma espécie de ‘Vale do Silício Baré’. A riqueza do Amazonas está na sua floresta, na preservação da sua biodiversidade. O que ocorre é que nós não conseguimos acessar isso ainda. Nós precisamos levar a cadeia produtiva para o interior”.
Segundo Rozenha, que visitou o CBA no início do mês, antes de acompanhar o Vice-presidente Geraldo Alckmin na semana passada, o Centro possui projetos prontos à espera de investimentos.
Para o deputado, o caminho vai ficar mais fácil após o governo federal reconhecer a Organização Social (OS) que vai gerir o CBA, conforme anunciou o vice-presidente da república Geraldo Alckmin, durante visita ao CBA na semana passada. “A gente só precisa se abrir para isso e se conscientizar que o caminho para o amazonense é a Amazônia, que estamos ‘pisando’ na maior riqueza, nossa floresta., concluiu.
Duas visitas ao CBA em março
Na mais recente visita, Rozenha foi convidado pelo gestor do Centro de Biotecnologia da Amazônia, Fabio Calderaro, a apresentar o Centro ao Vice-presidente da república Geraldo Alckmin.
Na primeira visita no início de março, o deputado e também presidente da Comissão de Empreendedorismo, Comércio Exterior e Mercosul e vice-presidente da Comissão da Indústria, Comércio e Zona Franca, da Aleam, participou de uma reunião positiva com o gestor do CBA e o corpo técnico da instituição.
Diversos assuntos de relevância para o Amazonas foram tratados, mas o foco principal foi a diversificação das atividades econômicas que podem alavancar cadeias produtivas locais da bioeconomia e os consequentes impactos positivos na geração de empregos de qualidade no interior do estado.
Durante a visita aos laboratórios, o deputado foi apresentado a uma pesquisa com a fibra vegetal do Curauá (“primo” do abacaxi), de Novo Remanso, Itacoatiara. Segundo Calderaro, esta fibra é tão ou mais resistente que a fibra de vidro e pode ser utilizada desde sua inserção nos biopolímeros até sua formatação para produção de roupas, estofados e partes de motos e automóveis, carenagens de aparelhos celular e diversos outros fins.
Rozenha considerou “excelente” a proposta de fomentar as fibras vegetais como alternativa para a geração de empregos de melhor qualidade no interior e se comprometeu em discutir o assunto nas duas comissões.