O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) confirmou, nesta quinta-feira (23/03), que até abril a superintendência da autarquia no Amazonas assume a gestão integral da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho (RO).
“O DNIT informa que a transferência do segmento do km 250,7 ao km 740 da BR-319 para o estado de Rondônia ocorreu em julho de 2022. Ressaltamos que até o próximo mês deste ano o trecho retornará à administração da Superintendência Regional desta Autarquia no Amazonas. O DNIT está estudando o projeto com o objetivo de gerar menos impactos e trazer melhorias para a população que utiliza a rodovia”, informa nota encaminhada pela assessoria de comunicação do órgão.
A medida foi determinada há dois dias pelo ministro Renan Filho, dos Transportes, após pedido do senador Eduardo Braga (MDB/AM). Durante audiência pública no Senado, o parlamentar amazonense descreveu o drama de quem precisa percorrer a rodovia, especialmente depois de duas pontes desabarem, no ano passado.
“A situação é tão dramática, ministro, que tivemos que acionar a ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) porque faltou combustível na balsa que faz a travessia numa área onde uma das duas pontes desabou”, relatou o senador.
Com essa decisão, foi encerrado o impasse iniciado no segundo semestre do ano passado, quando o DNIT, por meio de uma portaria, transferiu a administração de quase 500 quilômetros da BR-319, situados em território amazonense, para a superintendência regional do órgão em Rondônia. A área fica entre os quilômetros 250,7 e 740, abrangendo o conhecido “Trecho do Meio”, um dos percursos mais problemáticos de toda a rodovia.
Na época, a escolha foi duramente contestada, especialmente pela “Associação Amigos da BR-319”. Integrantes do movimento afirmavam que o território transferido atravessa seis cidades do Amazonas – Careiro Castanho, Manicoré, Beruri, Tapauá, Humaitá e Canutama, e que aquela medida representava mais um atraso na reconstrução, pois Rondônia fica mais distante dos pontos críticos da BR.
BR-174 – Ao ministro e aos demais presentes na audiência, Eduardo Braga definiu como caótica a situação das rodovias federais que serpenteiam a região Norte. Como exemplo, citou a BR-174, que liga Manaus (AM) a Boa Vista (RR). “No início deste ano, ela estava praticamente intransitável”, disse ele, para logo agradecer as intervenções emergenciais realizadas na rodovia por determinação do Ministério dos Transportes.
O parlamentar alertou, no entanto, para a necessidade de realização de obras de recuperação de fato, pois, segundo ele, a BR-174 pode apresentar problemas semelhantes aos apresentados pela BR-319 e pelas demais rodovias federais presentes na região. “As BRs não se resumem à 319 e à 174. Nós temos a 230 (Transamazônica), que também tem dificuldades. Nós temos dificuldades na 317 e na 307. Ou seja, as BRs da Amazônia foram simplesmente abandonadas. ”
Máximo esforço – Renan Filho garantiu que vai se esforçar ao máximo para dar “ao povo de Manaus o direito de se integrar ao Brasil” e “dar também ao Estado do Amazonas do direito de se integrar com o extremo norte do país”. “Nós estamos trabalhando nisso diariamente. Eu tenho cobrado pessoalmente o DNIT acerca disso tudo”, disse o ministro, que destacou a biografia política de Eduardo Braga. “Além de um senador muito experimentado, foi governador do Amazonas duas vezes e conhece isso detalhadamente”, declarou.
Assessoria de imprensa