O escritor e dramaturgo amazonense Márcio Souza completa neste sábado, dia 4 de março, 77 anos. Ele é autor de mais de 20 livros – dentre eles “Mad Maria” (que inspirou a minissérie da Rede Globo), “Galvez, imperador do Acre” e “História da Amazônia” –, seu nome amplia a abrangência nacional da publicação do IMS, que passa a representar autores das quatro regiões do país.
Para celebrar a data especial, a Editora Valer selecionou três das dezenas de livros do autor, para os amantes da leitura apreciarem ainda a obra dessa referência na literatura, na história da Amazônia, no cinema, no teatro e nas artes em geral. Confira:
- A CALIGRAFIA DE DEUS
Será mesmo que Deus escreve certo por linhas tortas? Você terá a oportunidade de refletir sobre isso ao ler a obra de Márcio Souza, chamada ‘A Caligrafia de Deus’. Ela é composta por cinco contos, escritos em diversos períodos, tendo Manaus como ponto de ligação.
Temos, neste livro, uma cidade que, ao receber aqueles que fogem ao destino, têm a sua identidade ainda mais desintegrada.
Márcio Souza assume o Amazonas como emblema, ao mostrá-lo sem saída, no qual as contradições só se agravam. Cenário trágico, mas embebido no humor mordaz, característico do autor, que dá vazão, muitas vezes, ao riso do leitor.
- AJURICABA – O CAUDILHO DAS SELVAS
Márcio Souza invoca, neste “Ajuricaba – o caudilho das selvas”, a memória. E incentiva-nos a sermos rápidos, que nos antecipemos ao véu do esquecimento, pois ele fará emudecer a voz do passado.
Com o autor, viajamos até o Grão-Pará e o Rio Negro, para encontrarmos com o guerreiro Ajuricaba, cujo nome significa “reunião de marimbondos de ferroadas dolorosas”.
O herói amazônico, aos 27 anos, em pleno vigor da força física, da inteligência e do amor se tornou prisioneiro dos portugueses. Ele foi admirado pelos seus pares, seguido pelos seus guerreiros, amado por Inhambu, filha de um dos seus inimigos, e, como um líder extraordinário, escolheu a morte: agrilhoado, jogou-se nas águas escuras do rio Negro e tornou-se lenda.
- A SUBSTÂNCIA DAS SOMBRAS – CINEMA ARTE DO NOSSOS TEMPOS
Esta obra, como o autor afirma, tem a ver com a própria natureza do cinema que é projeção, é sombra. É uma sombra animada na tela.
Mesmo no cinema digital, o cinema é uma sombra quando projetado. A sombra surge como a metáfora do livro, portanto, a substância do cinema é a própria história do cinema.
O livro aborda a história da sétima arte, desde o cinema mudo até os grandes estúdios hollywoodianos. Para o autor, o Livro é um guia e, também, uma introdução ao cinema.
Biografia
Márcio Souza nasceu em Manaus (AM) em 1946. É romancista, diretor de teatro e ópera. Estudou Ciências Sociais na Universidade de São Paulo e escreveu críticas de cinema e artigos em diversos jornais e revistas brasileiras, como Senhor, Status, Folha de S. Paulo e A Crítica.
Em 1976, lançou seu primeiro romance, Galvez: imperador do Acre, sucesso de crítica e de vendas.
Como administrador, foi diretor de planejamento da Fundação Cultural do Amazonas, diretor da Biblioteca Nacional e presidente da Funarte.
Foi professor assistente na Universidade de Berkeley e escritor residente nas universidades de Stanford, Austin e Dartmouth. Como palestrante, foi convidado pela Universidad de San Marcos, Sorbonne, Toulouse, Aix-en-Provence, Heidelberg, Coimbra, Universidade Livre de Berlim, Harvard e Santiago de Compostela.
Dirigiu o Teatro Experimental do Sesc (Tesc) do Amazonas, hoje extinto. É membro da Academia Amazonense de Letras e foi presidente do Conselho Municipal de Política Cultural.
Escreveu, dentre outras, as peças: As folias do látex, A paixão de Ajuricaba e Carnaval Rabelais, e os romances Mad Maria, Operação silêncio e O fim do Terceiro Mundo.